1914

É inaugurado o Cinema Palais na Av. Rio Branco, 145 a 149 (em frente ao Cinema Odeon), Rio de Janeiro. Foi na sala de espera do Cinema Palais que o grupo Os Oito Batutas, liderado por Pixinguinha à flauta (que atuava como músico na orquestra da sala de projeções desde 1915) apresentou-se pela primeira vez, em 7 de abril de 1919, a convite do gerente Isaak Frankel, interpretando maxixes, lundus, canções sertanejas, corta-jacas, batuques e cateretês. A primeira formação do grupo contou com as presenças de Pixinguinha, na flauta; China, no vocal, violão e piano; Donga, no violão; Raul Palmieri, no violão; Nelson Alves, no cavaquinho; José Alves, no bandolim e ganzá; Jacó Palmieri, no pandeiro e Luís de Oliveira, na bandola e reco-reco. No Palais também tocava o Jazz Band Sul-Americano, de Romeu Silva; e lá se apresentaram os Turunas Pernambucanos, anunciados como "músicas do Norte", "caboclos brasileiros", "cantigas do sertão", "emboladas e desafios", estreando no dia 20/04/1922. Pixinguinha afirmou em depoimento que lá se apresentou o "grande pianista clássico Luciano Gallet". Rui Barbosa, Ernesto Nazareth e Arnaldo Guinle, estavam entre o público que frequentava a sala para ouvir os músicos do cinema.

5 de fevereiro. Recital de Sylvia Mendes com obras de Scarlatti-Tausig, Schubert-Liszt, Grieg (Sonata), Schumann-Marciano, Chopin (2 Estudos e mais 2 peças), Chopin-Godowsky, Brahms, Lacombe, Debussy e Liszt. Liddy Chiaffarelli Cantù (canto) e Sylvia Mendes (piano) interpretaram obras de Chopin (3 canções), Schumann, e Agostino Cantù (ária "È un giovin grazioso". Club Germania, São Paulo. [acesse aqui o programa]

18 de fevereiro. Recital de Guiomar Novaes. Coliseu Santista, Santos (SP).

19 de fevereiro. Nininha Velloso Guerra sola as Danses sacrées et profanes, de Debussy, com a Orquestra da Sociedade dos Concertos Sinfônicos sob regência de Francisco Braga. Teatro Lírico, Rio de Janeiro.

19 de fevereiro. Maria Thereza Vicente de Azevedo interpretou obras de Beethoven (Sonata No.8), Weber, Schubert-Liszt, Medelssohn, Chopin (6 peças, incluindo 4 Estudos), Chopin-Liszt, Godard, Moszkowski, Debussy, Liszt. Jeanne Hildebrand (canto) e Maria Thereza Vicente de Azevedo (piano) interpretaram obras de Massenet (2 peças), Paul Vidal (Arietta) e R. Franz. Salão do Club Germania, São Paulo. [acesse aqui o programa]

18 de março. Nasce César Guerra Peixe em Petrópolis (RJ).

13 de abril. Recital de Antonietta Rudge pela Sociedade de Cultura Artística de São Paulo.

19 de maio. Recital de Arthur Napoleão e Antonietta Rudge pela Sociedade de Cultura Artística de São Paulo.

4 de junho. Recital de João Octaviano Gonçalves. Rio de Janeiro.

10 de junho. Recital de Antonietta Rudge, com peças de Bach-Busoni, Dandrieu, Schubert-Liszt, Chopin, Schumann-Liszt, Wagner-Liszt, Alkan, Henrique Oswald, e Saint-Saëns-Liszt, TMRJ.

18 de junho. Recital de João Octaviano Gonçalves. Rio de Janeiro.

21 de junho. Falece o compositor ítalo-brasileiro Glauco Velásquez.

21 de junho. Nininha Velloso Guerra sola a obra Com as crianças (I. Carícias de mamãe; II. Com as bonecas; III. Histórias de babá; IV. Soldados de chumbo; V. Boa noite mamãe; VI. O que pensa de tudo isso... a criança grande) de sua autoria, e 3 Prelúdios de Debussy. Carlos de Carvalho (canto) solou diversas peças, provavelmente acompanhado por Nininha Velloso Guerra ao piano, de Bach, Schumann, Liszt, Strauss, Fauré, Chausson, Ravel, Debussy, Francisco Braga (Virgens mortas), Barrozo Netto (Olhos tristes), e Alberto Nepomuceno (Coração indeciso). Salão Nobre do Jornal do Commercio, Rio de Janeiro. 

25 de junho. Guiomar Novaes faz sua estreia carioca em um recital com obras de Bach-Busoni, Chopin, Brahms, Moszkowski, e Liszt (embora sua primeira apresentação no Rio de Janeiro tenha sido em 1908, a crítica especializada considera esta sua estreia carioca). TMRJ.

25 de julho. Guiomar Novaes sola o Concerto de Grieg com orquestra sob regência de Francisco Braga. Teatro Lírico, Rio de Janeiro.

29 de agosto. Manoel Augusto dos Santos sola um dos concertos de Liszt com orquestra regida por Francisco Braga, TMRJ.

26 de outubro. Sarau com participação de Nair de Teffé (então primeira dama da República, esposa de Hermes da Fonseca, tocando piano, bandolim, violão solo, e canto e violão), Ernani de Figueiredo (violão), Leopoldo Duque Estrada (piano), Mme. Nisia Silva (canto), e Arthur Napoleão (piano). Leopoldo Duque Estrada interpretou a Grande fantasia triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro, de Gottschalk. Arthur Napoleão interpretou Étincelles, de sua autoria. Nair de Teffé interpretou uma das Rapsódias húngaras de Franz Liszt. Foi neste sarau que Nair de Teffé interpretou também, ao violão solo, o Gaúcho (Corta-jaca), de Chiquinha Gonzaga, provocando grande escândalo na época. Palácio do Catete, Rio de Janeiro.

30 de outubro. Festival-concerto organizado por Arthur Napoleão para a apresentação do menino prodígio pianista Walter Burle Marx (aos 12 anos), que interpretou obras de Schumann (4 peças), Zanella, e Henrique Oswald (Tarantella). A pianista Antonietta Rudge interpretou obras de Schumann (Papillons), Mahler, Ravel (Alborada del gracioso), e Wagner-Liszt; Arthur Napoleão interpretou três de suas composições (Pensée poétique, Les etincelles, Formosa). Rudge e Napoleão interpretaram, a dois pianos, a Tarantella, de Napoleão, e nove Estudos de Cramer com 2º piano composto por Napoleão. Também participou do recital a cantora Nícia Silva, que interpretou obras de Napoleão (Adieu je pars!..., e Joahnn Strauss), provavelmente acompanhada por Napoleão ao piano. TMRJ.

15 de novembro. Lúcia Branco (aos 11 anos) sola a Konzertstück de Schumann com orquestra e regente não-identificados. TMSP. [acesse aqui o programa]

12 de dezembro. Grande concerto-festival organizado pelos pianistas Antonietta Rudge e Arthur Napoleão. Rudge interpretou obras de Bach-Busoni, Chopin, Saint-Saëns-Liszt, Ravel, e Alkan. Napoleão interpretou Liszt, Pauer, e obra de sua autoria. Os dois apresentaram a dois pianos a Fantasia húngara de Liszt. Também participaram do recital a cantora Candida Kendall e o declamador Goulart de Andrade. TMRJ.